CIDADANIA E TRABALHO:
DESAFIOS E CAMINHOS PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.36524/profept.v6i2.1856Palavras-chave:
Cidadania, Trabalho, Educação ProfissionalResumo
“Em toda a sociedade civilizada existem necessariamente duas classes de pessoas: a que tira sua subsistência da força de seus braços e a que vive de renda de suas propriedades ou do produto de funções onde o trabalho do espírito prepondera sobre o trabalho manual. A primeira é a classe operária; a segunda é aquela que eu chamaria de classe erudita. Os homens da classe operária têm desde cedo necessidade do trabalho de seus filhos. Essas crianças precisam adquirir desde cedo o conhecimento, sobretudo, o hábito e a tradição do trabalho penoso a que se destinam. Não podem, portanto, perder tempo na escola. (...) Os filhos da classe erudita, ao contrário, podem dedicar-se a estudar durante muito tempo; têm muita coisa a aprender para alcançar o que se espera deles no futuro. (...) Esses são fatos que não dependem de qualquer vontade humana; decorrem necessariamente da própria natureza dos homens e da sociedade.”[1] (grifos nossos)
Assim Antoine Destutt de Tracy, filósofo e político francês descrevia, no início do século XIX, mais precisamente em 1802, a função da Educação e, sobretudo da Educação Profissional. Sob a forma de um “destino manifesto”, pareciam claros e inexoráveis os papeis sociais a que cabiam os “filhos da classe operária” e os “filhos da classe erudita”, não só na dinâmica da educação como também na sociedade como um todo.
[1] DESTUTT DE TRACY, Antoine (1802). In: GOMES, Carlos Minayo [et al]. Trabalho e conhecimento: dilemas na educação do trabalhador. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987. p. 15.
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