MARIELLE VIVE! - O GRAFFITI COMO GÊNERO TEXTUAL COM POTENCIAL CRÍTICO PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
DOI:
https://doi.org/10.36524/ric.v1i1.427Palavras-chave:
Marieli Franco, Grafitti, Gêneros textuais, Ensino da Língua PortuguesaResumo
O objetivo deste estudo é apresentar o grafitti (arte urbana) como uma possibilidade de trabalho com gêneros textuais no ensino da língua portuguesa. Partimos da hipótese de que cabe a escola estimular o contato e a interpretação de textos que extrapolem abordagens tradicionais, muitas vezes recorrentes no contexto escolar. Como modo de exemplificar a proposta, discorremos um grafitti a partir dos princípios constitutivos da textualidade, apontados por Robert-Alain de Beaugrande e Wolfgang Dressler, em especial, os princípios da coesão, da intencionalidade, da situacionalidade e da intertextualidade e por metodologia de estudo de imagem, dando ênfase aos aspectos formais, contextuais, intertextuais e de conteúdo da obra em estudo. O texto verbo-visual apresentado foi registrado na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo e remete ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Por meio desse texto, com base nos pressupostos teóricos acima mencionados, constatamos que tais princípios constitutivos da textualidade, acrescidos de instrumental de análise imagética, contribuem para a compreensão de textos diferentes dos escritos, e podem servir de norteadores para a realização de relatos que visem compreender o texto para além de sua forma e da mera decodificação. Consideramos que cabe ao ensino da língua portuguesa, por meio de professores atentos, estimular os discentes a alçarem a condição de leitores críticos e responsivos, capazes de promoverem a discussão e o entendimento da realidade, visando à divulgação e potência das lutas sociais em defesa dos grupos marginalizados.
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